Blue Sky with Full Moon

 

“Queremos abundância, tempo livre, afeto e felicidade pessoal. Mas este processo é interno, individual. Cada um de nós precisa decidir se quer, o que quer, quando e como quer. As melhores coisas do mundo podem não ter preço, mas é certo que têm custo.”  

(Glória M. Garcia Pereira, no ótimo livro “A Energia do Dinheiro”)

Nossos conceitos em relação ao dinheiro precisam mudar, porque o dinheiro também mudou. Na entrada do século XXI o dinheiro é energia. Há algumas décadas atrás conheci uma pessoa bem psíquica, que vivia fazendo previsões catastróficas sobre as mudanças radicais que iriam acontecer no mundo (todas contra a ordem vigente). Entre um delírio e outro, ela dizia que “o dinheiro iria acabar”. Ela não estava tão errada desta vez. O dinheiro como o conhecíamos, isto é, o Produto Interno Bruto medido pelo lastro em ouro que cada país tinha ou o dinheiro que se podia guardar debaixo do colchão, acabou. HOJE O DINHEIRO É ENERGIA. Ele é VIRTUAL. Está na ponta dos nossos dedos que teclam transferências, pagamentos e recebimentos sem que consigamos ver “a cor do dinheiro”. Hoje a riqueza dos países não é mais medida pelo lastro em ouro (que levou descobridores a dizimar e escravizar nativos em busca do “vil metal”). Esta riqueza é medida pelo PIB – Produto Interno Bruto, que é uma operação matemática que calcula a quantidade de riqueza que um país ou região é capaz de produzir num espaço de tempo definido, como um trimestre ou um ano. O dinheiro se desmaterializou, ele precisa circular, senão não se multiplica. Uma cliente me contou horrorizada que tinha um vizinho, recém falecido, que era extremamente pão duro e apegado ao dinheiro. Quando a família foi arrumar suas coisas, encontrou dentro do colchão e em outros cantos escondidos muitas notas em dinheiro – a maior parte delas não valia mais nada, havia caducado, era só um papel colorido. Se ele tivesse aplicado esse dinheiro de forma a criar movimento, sua família estaria numa condição pra lá de confortável. Por isso, uma de minhas máximas é: o mais importante não é quanto você ganha (que, naturalmente, tem que ser mais do que suficiente para suas despesas), mas que haja FLUXO DE DINHEIRO. A cada vez que você fica um período sem ganhar nenhum dinheiro, coloca as despesas na frente e compromete o futuro. Quando a situação se restabelece, em vez de manter o “cinto apertado” até que a balança entradas/saídas se equilibre, você retorna rapidamente ao nível de gastos anterior e continua jogando despesas na frente, geralmente usando cartão de crédito e o limite do cartão de crédito – dois dos juros mais exorbitantes deste mundo.

Uma autora que gosto muito, Glória G. Pereira, vai mais longe, afirmando que o dinheiro se “espiritualizou”: “Até o século XX o dinheiro era físico, ligado à riqueza material, lastreado em ouro, relacionada à sobrevivência. Com a Internet o dinheiro perdeu a matéria e virou pulso eletrônico. No século XXI, o dinheiro circula na velocidade da luz, em constante movimento. Está em todos os lugares e em lugar algum. É extremamente poderoso, sem dono nem fronteiras, não obedece a ninguém de nenhum país. Este dinheiro, com sua energia, está ligado muito mais à riqueza emocional e espiritual. Ele alcançou o nível da consciência. E é nessa energia que está o combustível da criatividade para a felicidade.”

Ok, vamos respirar um pouco. Dinheiro é espiritual? Isso já é demais! Uma coisa que leva as pessoas a assaltar, roubar, até matar… uma coisa que é o problema da humanidade… o capitalismo selvagem… barbárie! Huuummm… Vamos olhar estes sentimentos mais de perto?

Deixa contar um acontecido. Eu já era uma terapeuta conhecida e respeitada, quando recebi em meu consultório uma mulher toda espiritualizada, que a cada cinco palavras, uma era LUZ e a outra era DEUS. Nada contra, adoro falar de espiritualidade, já que me considero profundamente mística (mas não esotérica, hem?). Fiz minha usual consulta de 2 horas, onde ela ficou profundamente satisfeita com o que recebeu. Ela se despediu se derramando em elogios e foi para a porta. Fui com ela e, delicadamente, lhe fiz saber que havia esquecido de pagar pela consulta. E sabe o que? Recebi um discurso indignado de que eu não podia cobrar por um trabalho que era da LUZ e que vinha de DEUS e que eu tinha um dom, eu era maravilhosa (será que ela estava tentando me agradar?) e, portanto, tinha a MISSÃO de atender as pessoas que estavam em sofrimento, não deixando a energia SUJA do dinheiro “conspurcar” o que é divino. Detalhe: na garagem de meu consultório estava estacionado um carro importado reluzente. Ela tinha dinheiro, não era “pão dura”, essa não era a questão, mas acreditava mesmo que tudo o que é considerado “espiritual” (e, portanto, não é “trabalho duro”), não pode ser cobrado. Pedi que entrasse, peguei um papel e lhe fiz uma lista de minhas despesas – aluguel do consultório, vidraria, florais, casa, filhos, etc. E lhe perguntei se ela sabia como eu poderia falar com Deus e saberia qual o endereço para onde eu pudesse enviar todas aquelas faturas ou como eu poderia informar a Deus minha conta corrente, para Ele fazer uma transferência. Ela me olhou em dúvida se eu estava brincando, mas como permaneci séria, ela puxou um talão de cheques e em silêncio constrangido, fez o cheque, que me entregou dobrado. Recebi e disse minha afirmação ao receber pagamentos: “Obrigado. Que a Deusa da Abundância multiplique.”

Para mim, o segredo para não cair no “lado escuro da força” que o dinheiro tem, é estar absolutamente centrada (o) no seu valor, tendo a certeza que oferece o melhor de si (e oferecer mesmo), investir em especializações, estudos e aprofundamento, de forma a se credenciar para cobrar adequadamente, isto é, possibilitar resultados positivos a seus clientes, empresa ou instituição em que atua, qualquer que seja sua atividade. Além disso, manter a generosidade, de forma a possibilitar que pessoas que ainda não descobriram seu fluxo de abundância tenham acesso a você e sua nova consciência como “criador de realidade” ou encaminhando-as para serviços voluntários. Porém, você não é um manancial inesgotável, por mais riqueza que possa atrair. Valorizar o que fazemos, lhe dando um preço justo, SEM CULPAS, é fundamental se queremos criar um fluxo de dinheiro adequado.