Escolher o caminho mais simples e orgânico nem sempre é o mais óbvio. Quando a mente está no comando, a primeira abordagem é sempre a mais complexa, porquê a Mente necessita cobrir todas as possiblidades, já que sua natureza é o controle. A Mente sempre se adianta, na tentativa de elencar todas as possibilidades e preparar-se para elas.
Neste movimento de projetar-se para controlar possibilidades, a Mente se confunde e se coloca em uma posição de liderança. Não liderança positiva – que inclui e faz a gestão do que se apresenta – mas uma liderança que se coloca acima, superior. E estando em uma posição tão elevada – ao contrário do que possa se supor – ela fica cega, porquê se distancia muito da realidade da vida, que é um fluxo que vai acontecendo conforme avançamos e, portanto, não pode ser prevista ou controlada.
Este é um círculo interminável em que se colocam os humanos – presos em uma armadilha mental, que os afasta da transcendência, que seria um fluir pela vida sem resistência ao que é e a como se apresenta.
Não há caminhos certos ou errados, apenas caminhos. Não há decisões certas ou erradas, apenas decisões. Que, em última instância, podem sofrer o influxo de novas decisões ou de convites para mudança que a Vida traga.
Nascemos com um selo: numerológico, astrológico, transgeracional, transpessoal. O sofrimento se apresenta apenas quando resistimos: ao que somos e ao que viemos para ser. Mesmo o que nos acontece de traumatizante e desafiador, tem a função de nos despertar para profundidades que são alcançadas quando nos permitimos viver a dor. Quando não resistimos a ela. De fácil fala, mas de difícil prática, a entrega sem julgamentos de bom/mau é a maior libertação que podemos experimentar.
Ocupar-se do que ainda não aconteceu, isto é, pré-ocupar-se, é especialidade da Mente. Julgar que algo é impossível no futuro, é pressupor que não haverá tempo para evolução, desenvolvimento e o aprendizado que acontecem NO TEMPO , enquanto avançamos. A Mente esquece que o Campo da Vida tem todo o necessário e vai apresentar situações, convites, aprendizados e parcerias que nos prepararão para o que nos corresponde. Por que então ocupar-se prematuramente e, com nosso medo, impedirmos a nós mesmos de materializar soluções?
Como a Mente pode prever os caminhos inusitados que se apresentarão e que dependem exclusivamente de nossa cocriação?
Assim, amadas criaturas-de-infinita-potência, é necessário colocar a Mente em seu devido lugar – de auxiliar, de copilota – e não de Líder ou Mestra. A Mente está à serviço de nossa experiência terrena e não o contrário.
Soltar e confiar é das coisas mais difíceis, porque vai contra toda a cultura do medo em que estamos inseridos e que nos controla. Especialmente quando tudo está caótico e há uma miríade de convites para “reagir e tomar a frente” (frases da Mente), dê um passo de distância e tente olhar fora da pessoalidade. Sem julgamentos de bom/mau. Olhe como os Budas: com o Observador Interno atento e desperto.
E quem sabe seja a hora da pergunta:
– O que eu quero?
Se está difícil responder a esta pergunta, você pode começar pelo que você NÃO quer e ver se depois disso vem – claro e cristalino – o que você quer.
O que você quer, Querida Pessoa?
Repita esta pergunta – “o que eu quero?” – até ir além da Mente e alcançar a Verdade da sua Essência.
Faz sentido para você?