NOVO MUNDO
Na página em branco de minha nova vida,
observo Infinitas Possibilidades.
Linhas e dimensões de futuro dançam a minha frente,
na espera de uma decisão que as definam.
Um borbulhar interno, do coração,
e uma tentativa vã da
mente de controlar o incontrolável me habitam.
A respiração, rápida, viva e irregular,
é a tradutora de meu espírito inquieto.
Este Novo Mundo se descortina,
enquanto velhos fantasmas abandonam a casa:
o Medo, a Dureza, a Covardia.
Formam um exército de derrotados, levando consigo
pequenos objetos simbólicos, presos nas mãos trêmulas,
ainda plenas de apego.
De longe, no Espaço Sagrado do meu Ser,
encarapitada num misto de gratidão e alívio,
observo partir o que já fui um dia.
DANÇA
Na conexão profunda do Coração,
o pulso não responde à Mente – que deseja controle.
O Coração, alado, voa acima da leitura linear da Mente.
Quando se cruzam e se entendem,
Mente e Coração fazem uma dança magnífica:
– a Mente contando os passos, o Coração voando louco no espaço.
Mas em algum ponto se alinham, embalado pela mesma paixão.
Então, ah, então tudo começa a fazer sentido!
PONTO
Num certo ponto do Caminho se separaram.
Um em direção à Terra,
outro em direção ao Céu.
Não houveram acusações nem culpas.
Apenas um constatar do que já era Passado:
– a semente que se tornou planta,
onde a raiz precisa ir cada vez mais profundo na terra,
e os galhos e folhas, cada vez mais para o céu.
Através da seiva, uma mandava notícias
da escuridão pulsante e frescas das entranhas da terra.
Outro, das cores e mudanças do céu.
Nunca mais o encontro intimo:
agora um Céu
o outro Terra,
unidos em algum ponto indefinido do Meio.
APRENDIZADO
E quando a lição é desistir, desapegar, soltar?
Quando é ser como a folha,
que pronta a unir-se novamente à terra,
solta-se graciosamente do caule?
Quando é ser como o rio,
que beija a margem
mas segue o seu curso?
Soltar sem tensão,
apenas observando o que a vida pede.
E se lançar
– trapezista
no meio do nada!