Salto Paraquedas

Em 2012 iniciei uma manifestação de minha criatividade que nunca imaginei possível: comecei a pintar quadros. A inspiração desembocou na pintura como um rio caudaloso, que tivesse ficado décadas represado e precisasse de espaço – muito espaço! – para ter sua vazão regulada. Até hoje crio mais projetos de novos quadros do que possivelmente posso realizar, expor ou vender, mas minha Alma se coloca como uma criança diante de algo inusitado a cada vez que a inspiração para um novo quadro se apresenta. Mas não é sobre quadros e a arte de se transformar em artista aos 48 de idade que quero falar com vocês hoje. Quero falar sobre a maior de todas as ilusões do ser humano: de que seja LIMITADO.

Há uma verdadeira “conspiração” para nos fazer crer que somos seres limitados. Limitados pelo medo e a culpa, em primeiro lugar. Limitados por condição econômica, social ou cultural. Não estou falando dos limites típicos deste mundo material – temos um corpo que precisa ser protegido, alimentado, somos interdependentes, vivemos melhor em tribos; vivemos de acordo com a lei da gravidade, então não podemos voar. Ou será que podemos? Yogues ficam três anos em posição de lótus, em estado meditativo, sem água ou comida, fechados em cavernas no alto das montanhas desde os tempos em que Sidharta, o Buda, fez o mesmo por seis anos e se iluminou. Não voamos, mas criamos asa delta e outros apatos que nos fazem pássaros. Não respiramos debaixo da água, mas criamos sistemas que nos permitem fazê-lo. Não podemos nadar longas horas como os peixes, então criamos submarinos. Não podemos alcançar só com nossos olhos sedentos a lua então, criamos naves que nos levaram até lá. Agora, nossos olhos curiosos e compridos se estendem até Marte e sonham com o misterioso planeta vermelho. Assim somos nós. Daqui a pouco vamos descobrir portais estelares que encurtam distâncias como nos filmes de ficção científica e vamos espalhar nossas sementes em outros sistemas solares… Impossível? Físicos já descobriram portais no caminho entre a Terra e o Sol. Não servem para viajar. Ainda. Quem sabe do futuro?

Se viajássemos no tempo 150 anos atrás e tentássemos explicar a uma pessoa coisas como aviação comercial, telefone celular e internet, seríamos considerados certamente loucos varridos. Cento e cinquenta anos atrás! Um átimo de segundo em termos de nossa presença aqui na Terra. Então, abra sua mente para a ideia de que somos seres prodigiosos, que quando usam sua inteligência e infinita criatividade no rumo do bem do Todo, somos uma raça muito impressionante. Será por isso que tantos seres espirituais andam trabalhando duro para que não destruamos a nós e ao planeta em nossa ânsia consumista, egoísta e inconsequente de crianças tão poderosas? Tenho certeza que sim. Nosso potencial é infinito, embora a maioria de nós não se dê conta disso.

Como raça, somos capazes de tudo isso, mas como pessoas, somos limitados por medos comuns: da miséria, da morte, do novo. Acima de tudo, somos assombrados por uma crença muito venenosa: – não sou capaz, não é para mim, não dou conta. É impressionante como quando as pessoas são colocadas diante de situações desafiantes, como elas se descobrem com uma força que nasce de uma fonte inesgotável e velha, que não finda. E se descobrem potentes. Mas, concordo com você, muitas vezes elas QUEBRAM por dentro, de um jeito que leva vidas para re-tecer. Sim, existe isso também. Mas, a qualquer momento, esta pessoa quebrada encontra sua força novamente e renasce como uma mítica Fênix, das cinzas de seu desastre pessoal. A vida, os livros, os filmes e a História estão cheios destes relatos. Então, sigo dizendo: não temos ideia de nossa força, beleza e unicidade.

Sempre que algum cliente me diz: estou acossado por esta situação, tenho que permanecer nela, eu o convido a fazer o exercício de pensar que pode sair dela, sem deixar a mente apresentar sua lista costumeira de prós e contras. Vamos dar um exemplo para ficar mais fácil: uma cliente que é funcionária pública e sentia-se muito limitada na manifestação de seus talentos e dons, mas tem filhos a criar sozinha e não tem como abrir mão da estabilidade que o bom salário de um emprego deste tipo traz. Pedi a ela que fizesse o exercício de imaginar-se pedindo exoneração – falta só sete anos para ela completar seus anos de trabalho e se aposentar. Pouco, você dirá. Uma VIDA, direi eu. Pois quando você faz – TODOS OS DIAS – algo que não gosta, isso envenena sua Alma. Então, ela fez o exercício. E foi muito libertador – porque ela viu que PODERIA largar tudo. Então, não era mais uma pessoa numa jaula, mas uma pessoa que ESCOLHE permanecer naquele cargo. E ela escolheu permanecer, porém, todos os dias ela diz a si mesma – eu poderia escolher sair, eu daria conta, eu faria minha vida funcionar sem isso. E esse senso de poder e liberdade fez com que ela começasse a construir a vida que vai ter depois da aposentadoria – começou a fazer cursos, começou a ter uma vida paralela que será seu futuro logo aí, o que tirou muito o peso do dia-a-dia. Como gostava de escrever, fez um blog, enfim, estas e muitas outras coisas. Ela descobriu que era ILIMITADA e que tinha PODER DE ESCOLHA.

Então, se você está aí fazendo a lista de tudo o que você está metido e que lhe tira energia, mas que você NÃO PODE fazer diferente, eu lhe convido a pensar divergente. A fazer a pergunta: – e se eu pudesse mudar isso? Veja bem, não estou lhe sugerindo para perguntar-se COMO, pois isso se apresenta quando estamos prontos internamente para a mudança, mas abrir-se para a ideia de que TUDO É POSSÍVEL. Olha que desafiante!!! Aquela velha crença em nossa limitação está entranhada até as malhas de nosso DNA. Então, lhe deixo o desafio de ver-se e pensar-se ILIMITADO. Porque é isso, Querida Pessoa, que você É. Não tenho um fio de dúvida sobre isso!