
Coloquei em prática o “menos ainda é muito”. Com esta frase em mente, tomei uma série de providências, já me deleitando com o maravilhoso resultado de ter um pouco mais de tempo para mim e para o que está mais importante neste momento.
Mas… surpresa! O mundo dos projetos e da imaginação é veloz, mas implementar isso na matéria é lento, muito lento.
Então o mantra que está em alta agora é: “paciência” (respira), paciência, cento e oito vezes, várias vezes ao dia.
Também descobri que depois de um tempo “ligado no máximo”, é bem difícil regular para algo como “médio”. O sistema fica viciado em adrenalina, se assustando ao perceber o momento mais calmo como se algo importante tenha deixado de ser feito.
Outro aspecto importante do Processo-Menos-É-Mais é conseguir delegar e entregar o controle. É ir se libertando de algumas das pernas do polvo, graciosamente, como se fossem partes totalmente desnecessárias. A tentação é grande. Você delega, passa adiante, fui!!! Mas daí vem aquela perguntinha: será que foi feito? Pior ainda, “será que foi feito DIREITO?”. Salientando que “direito” é o mesmo que dizer “do meu jeito”. E quando delegamos, justamente delegamos junto o famoso “jeito”, pois cada um teus seus métodos, ritmos e listas de importância.
Se você anda se sentindo muito sobrecarregado (a), duas perguntas são importantes:
– O que qualquer pessoa poderia fazer por mim?
– O que nenhuma pessoa pode fazer a não ser eu?
Aí basta delegar TODAS as tarefas respondidas na primeira pergunta e ter um tempo de qualidade e um ritmo mais orgânico para realizar as segundas. E, decididamente, dar atenção aos filhos, amores e paixões diversas estão no segundo time!
Reaprender a ouvir o ritmo do corpo, do coração e do cansaço é um exercício de domar a mente. E, digo de carteira, é igual montar touro bravo. A unha! A mente corcoveia, corcoveia e em menos de oito segundos sua cara beija a areia do chão e, sem respirar, você está novamente no mesmo ritmo antigo que fez você repensar todas as suas prioridades e que desembocou na eleição do mantra “menos ainda é muito” como sua prática diária. Portanto, a mente não delega. Associada intimamente com o General de Si Mesmo, domina todos os seus continentes e com um chicote, imprime um ritmo desumano aos seus processos externos, sem se importar com o que anda acontecendo internamente. E é este mesmo General de Todos os Continentes que, não importa o quanto você se esforce, continua lhe devolvendo frases de menos valia que, quem diria, nascem de dentro de você mesmo!
Por isso, a revolução do Menos é Mais precisa, necessariamente, mandar o General de Si Mesmo para a reserva. Pode até anistiar o General, entendendo que ele é o resultado tardio de traumas de vínculo diversos, onde você escolheu a estratégia de sobrevivência da “criança boa para ser amada”, que ele foi útil em algum momento desesperante, mas agora, definitivamente, não serve para mais nada a não ser atrasar sua Caminhada.
Portanto, respire fundo. Faça duas listas em resposta as perguntas:
– O que qualquer pessoa poderia fazer por mim?
– O que nenhuma pessoa pode fazer a não ser eu?
E implemente as mudanças de acordo com as respostas. A mente vai argumentar usando golpes baixos: dinheiro, medo de perda, medo do novo. Mas fique firme: você é o comandante do seu processo, o General foi enviado para uma casa de praia distante, num lugar isolado. Agora é você liderando a tarefa de decidir o que vai mudar nas dinâmicas da sua vida para ser, a cada dia, uma pessoa mais leve e feliz.